domingo, 9 de janeiro de 2011

Porque dás os melhores abraços do mundo.


Sorriste-me junto ao rio
Quando de febre eu morria
entre delirio palustres
e suores me consumia
eu ardia em fogo lento
quando me deste agasalho
passaste em mim um unguento
muito mais fresco do que orvalho

Redimiste-me nativa
as penas do meu degredo
mantiveste a minha alma viva
por ti voltei a ser lede
adorei deus em heresia
dei-lhe outra façe sagrada
e a nossa volta no chao
foi crescendo uma erva mestiçada

deste-me conchas do mar
e um sorriso na boca
dei-te os ferros da razão
dei-te o valor do metal
o castigo do perdão
e a gramática do mal
dei-te a dor no cruxifixo
dei-te a cinza do prazer
se não fosse eu era outra
e antes eu do que uma qualquer

dei-te a minha lingua mãe
na tarde desse vagar
o meu bem mais precioso
que eu tinha pra te dar

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